O número de pessoas com diabetes no mundo é alarmante. No Brasil estima-se que 7,6% da população entre 30 e 69 anos possuem a doença, sendo que 46% não tem sequer conhecimento de que apresentam a doença. O diabetes oferece diversos risco para a saúde, e os olhos não escapam dessa doença tão comum.
Um dos principais problemas apresentados é a retinopatia diabética, que afetam os vasos que nutrem a retina, principal tecido interno do olho responsável pela formação da imagem. A elevação e o descontrole da glicemia provocam o dano progressivo dos vasos da retina, levando ao aparecimento de hemorragias e falta de oxigênio (isquemia) para as células da região.
Com o avanço, a doença provoca um vazamento e acúmulo de líquido e gordura (lipídios) dentro retina, podendo levar ao edema macular, principal causa de baixa de visão central em pacientes portadores de diabetes, dificultando tarefas que exigem detalhes, como por exemplo a leitura. Se não tratada, a retinopatia pode evoluir para a forma mais grave, chamada de Retinopatia Diabética Proliferativa, podendo causar o descolamento da retina tracional, sangramento intraocular e glaucoma neovascular, outro problema sério derivado do diabetes.
Figura 1. Fundo de olho de um paciente portador de retinopatia diabética proliferativa. Note as hemorragias (pontos vermelhos), áreas brancas correspondentes à isquemia (falta de oxigenação da retina), pontos brancos centrais correspondentes à exsudatos (lipídios) e formação de neovasos (novos vasos defeituosos) junto ao nervo óptico.
Outra doença ocular influenciada pela diabetes é a catarata. Pacientes com diabetes têm 2 a 4 vezes mais chances de desenvolver catarata do que os não-diabéticos. Esta chance aumenta em torno de 15 a 20 vezes em indivíduos com até 40 anos de idade.
Figura 2. Paciente com catarata avançada em seu olho direito.
Para evitar o comprometimento da saúde visual, é recomendado o controle adequado da glicemia (nível de açúcar no sangue) com acompanhamento multidisciplinar, envolvendo um endocrinologista, um nutricionista e exames oftalmológicos periódicos. Além disso, o controle de outras doenças associadas, como hipertensão arterial e colesterol alto, deve ser rigoroso porque essas doenças aceleram a progressão da retinopatia diabética.