A perda visual pode ocorrer lentamente ao longo de meses ou até mesmo anos, ou acontecer de forma mais rápida, dependendo do tipo e severidade da doença.
Os inúmeros fatores de risco para o aparecimento e progressão dessa doença foram pesquisados em diversos estudos pelo mundo. Dentre eles, podemos citar a predisposição genética, nutrição, estilo de vida, fatores ambientais e características oculares da pessoa, como por exemplo olhos claros.
Os fatores mais fortemente associados ao aparecimento e progressão desta doença são idade maior que 60 anos, história de degeneração macular na família e o tabagismo. Em pessoas com predisposição genética para essa doença que são submetidas à cirurgia de catarata, o acompanhamento com exames de fundo de olho periodicamente, por um especialista, é fundamental.
O que devo fazer para reduzir o risco da progressão da DMRI?
Como a DMRI é uma doença multifatorial, é fundamental atuar no máximo número de fatores de risco possíveis. O processo conhecido como “estresse oxidativo” que ocorre em nossas células é um dos vilões. Ele é gerado através de exposição à luz, inflamação e liberação local de radicais-livres. O tabagismo é um dos maiores fatores de risco para essa doença. Em apenas uma inalação da fumaça, 1015 radicais-livres são absorvidos e podem atuar em nosso DNA. Isso faz com que o simples fato de parar de fumar diminua a chance de apresentar a doença.
Em casos específicos, a utilização de complexos vitamínicos pode diminuir a progressão da doença em até 25% para as formas avançadas da doença. No entanto, essa medicação deve ser somente utilizada quando prescrita por um oftalmologista, especialista em retina.
Como é feito o diagnóstico?
O exame de fundo de olho por um retinólogo é capaz de diagnosticar precocemente a doença. Além disso, novas tecnologias avançadas permitem um melhor acompanhamento e um diagnóstico precoce desta doença.
A Tomografia de Coerência Óptica (OCT) é um exame não invasivo que permite visualizar com detalhe as pequenas alterações iniciais dessa doença. Além de ser extremamente útil para esta, e muitas outras doenças da mácula, esse exame é feito em segundos na própria clínica.
Outro exame de imagem que pode ser utilizado para o diagnóstico dessa doença é a Angiotomografia de Coerência Óptica (Angio-OCT ou OCTA). Este exame permite avaliar, sem a necessidade da injeção de corante na veia do paciente, os vasos da retina, permitindo identificar a membrana neovascular quando presente.
A DMRI tem cura?
Existem duas formas de DMRI, a seca (atrófica) e a úmida (exsudativa). A forma seca tem uma progressão mais lenta e só causa grandes prejuízos à visão nas formas avançadas, geralmente depois de meses à anos. Apesar de menos agressiva, infelizmente não existe um tratamento eficaz contra essa forma. O tratamento com complexos vitamínicos antioxidantes é utilizado para diminuir a velocidade da progressão da doença. Recentemente, foram aprovadas medicações intraoculares (Syfovre e Izervay) indicadas para casos específicos que podem reduzir a velocidade de crescimento da atrofia na região macular.
A forma úmida é caracterizada por aparecimento de neovasos (“novos vasos”) defeituosos na região nobre da retina, a mácula. Esses neovasos, chamados de membrana neovascular, levam à defeitos e baixa de visão muito rapidamente. Através do uso de medicações chamadas “Anti-VEGFs”, é possível estabilizar e até mesmo regredir alguns casos, principalmente quando diagnosticados precocemente. Essa medicação é administrada na forma de injeções intraoculares que, em alguns casos, necessitam ser mensais, para o controle da doença. Outra forma de tratamento para esse subtipo de DMRI é a fotocoagulação com laser. Em alguns casos ele pode ser efetivo, porém pode deixar sequelas visuais permanentes. Dessa forma, as injeções intraoculares de “Anti-VEGFs” são consideradas “padrão-ouro”.
Quais os sintomas que devemos ficar atentos?
Os principais sintomas da DMRI são a distorção de imagens e manchas no centro da visão (escotomas), que dificultam principalmente a leitura e atividades que exigem mais da visão de perto.
A degeneração pode ter progressão lenta, e o paciente pode não ter queixas até fases mais tardias da doença. Por isso o exame de rotina é fundamental e deve ser feito por um oftalmologista.
A degeneração de mácula é uma condição oftalmológica séria que pode afetar a visão central de uma pessoa. Compreender os sintomas, fatores de risco e opções de tratamento é essencial para gerenciar essa condição de forma eficaz. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando sintomas de degeneração de mácula, consulte um oftalmologista o mais rápido possível para obter orientação e cuidados adequados.